Yasmine Amar Kaur

Flamenco em Cuiabá

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Grandes nomes do Flamenco Mundial



Eu poderia escrever muitas páginas sobre "bailaores y bailaoras del mundo", mas aqui eu elenquei aqueles que constituem referência para meu estudo pessoal. Este post tem a intenção de ser impermanente e ser alterado a medida que eu for entrando em contato com novos estudos, aceitando, inclusive, boas sugestões.



ANTONIO GADES



Tive a oportunidade de assistir Antonio Gades e sua Cia de Dança, ao vivo, na praça, quando ainda morava na cidade de Campinas/SP, em 1995. Poderia dizer que foi a apresentação que mais marcou minha vida e foi naquele momento que tive certeza absoluta que queria estudar e compreender o Flamenco.

Antonio Gades sempre foi crítico quanto à maneira como era interpretado o flamenco. Para agradar turistas, prostituía, em sua opinião, a cultura do povo. Para Gades, era necessário eliminar todo ouropel de mau gosto, as lantejoulas, os virtuosismos, enfim, tudo que fosse supérfluo, e trazer à luz a essência da dança. Na busca de uma nova coreografia, inspirou-se em movimentos artísticos contemporâneos como o abstratismo e o surrealismo na pintura e na literatura.



Reinventada por Gades, essa dança tem agora uma nova introversão, que se concentra no dinamismo do sapateado, ecoando nos braços e nos movimentos de rotação do corpo. É o cante que define e orienta os matizes da dança, da mais ligeira à mais grave, da mais picante à mais sombria e fatal. Toda uma rede de tensões amorosas se faz ver na tensão angulosa dos gestos, acentuados por afetos incompreensíveis, controladamente descontrolados. O mínimo que se pode dizer, em suma, é que Gades foi um dos principais responsáveis pela evolução moderna da dança flamenca.



Segundo suas próprias palavras: “Para mim, o flamenco é uma religião. Consegui catalisar, pesquisar e estudar várias tendências do flamenco que existiam na época, mas acho que o mais importante foi o resgate de várias danças do folclore espanhol. Meu maior mérito foi dar unidade a todo esse tesouro vindo de várias regiões. Tudo o que fiz veio de muito estudo, muita pesquisa e muito sofrimento criativo.”






JOAQUÍN CORTÉS





A crítica européia tem classificado Joaquín Cortés como o grande dançarino de flamenco da nova geração. Ele é tido como um continuador do trabalho de Antônio Gades, mas com a especificidade de levar ao palco passos de Ballet Clássico,  Moderno e Jazz associados ao tradicional Flamenco. O resultado tem sido polêmico e inovador, e tem projetado Cortés para além das fronteiras da Espanha. No cinema, ele já arrebatou a atenção de gente como Pedro Almodóvar (A Flor do Meu Segredo) e Carlos Saura (Flamenco).



No Brasil, muitas Escolas não apreciam seu trabalho, afirmando descaracterizar o flamenco tradicional. Há muitas controvérsias no meio, no entanto, o carisma, criatividade e talento são inegáveis.



“Pasión Gitana estreou em 1995 na Espanha ... A peça tem 10 coreografias, que representam momentos específicos da cultura cigana, que vão desde os aspectos místicos até o tradicional amor visceral. Homenagem explícita a essa cultura, esse trabalho tem recebido aplausos de jornais como o El País, que diz: 'Cortés é o melhor bailarino de sua geração e o divulgador mais importante da dança espanhola nos últimos anos.' O francês Le Figaro afirma que o surgimento do dançarino é uma revelação e o coloca como um mestre do flamenco. O Sunday Times não fica atrás ao comparar Cortés a Nureyev e Baryshnikov, afirmando que, na atualidade, ele não tem rivais entre as figuras masculinas da dança.”




SIMONE ABRANTES

Impressionante como o Flamenco nos fala à alma e suas imagens ficam gravadas numa memória profunda, penso eu, por muitas vidas. Um show que exerceu muita influência na minha maneira de ver essa Dança, foi uma apresentação que presenciei em 1999 no Teatro do Liceu Cuiabano, em Cuiabá/MT, feita por uma orquestra de Câmara acompanhada pela bailarina Simone Abrantes.  Infelizmente essa bailarina não mora mais no Brasil, reside na Alemanha.  Mas sua expressividade e força em cena ficaram cravadas em minha percepção para todo sempre e posso dizer que fazem parte da minha maneira de dançar o flamenco e de coreografar, acima de tudo.







LA MORITA (Curitiba/PR)

Amália Moreira é La Morita uma das mais representativas artistas

 flamencas do Brasil.  

Ela transmite  toda a força e sentimento do autêntico Flamenco, 

com suas castanholas e um baile típico de quem vive o flamenco 

intensamente.  Estudar Flamenco com La Morita, ultrapassa o 

acadêmico, é aprender a verdadeira arte do duende em sua 

totalidade. Após ter passado meses na Europa - em Paris estudando 

dança barroca com a professora Marie-Geniéve Massé e, em 

Madri, flamenco com Juan Antonio de Los Reyes - e apresentando-

se em várias cidades da França, Alemanha, Suíça e Itália, La 

Morita retornou a Curitiba onde ministra aulas. 

La Morita é uma mestra para poucos, para quem quer de fato uma imersão noautêntico flamenco andaluz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário