Por David Hurtado | Tradução Renata Taño
Gitanos Bailando Flamenco |
O fandango é o cante flamenco mais antigo e aquele que mais influenciou os demais cantes. Não obstante, a flamencología tradicional sempre o desmereceu e o relegou a um lugar que não faz jus a sua importância para o contexto geral desta arte.
As primeiras amostras de fandangos que chegaram até nós datam de 1705 e foram incluídas em uma antologia de peças musicais para violão barroco chamado “Libro de diferentes cifras” que está, atualmente, guardado na Biblioteca Nacional Espanhola. Trata-se de um manuscrito de vital importância formado por 107 peças para violão dentre as quais estão estes primitivos fandangos.
O fandango era, em sua origem, uma dança de procedência africana que entrou na Península Ibérica pelas mãos dos escravos negros. Com o passar do tempo, e a partir de misturas com as tradições musicais populares andaluzas, converteu-se em um grande tronco que deu origem a boa parte dos estilos do flamenco, uma vez que malagueñas, granaínas e cantes de minas também são fandangos. Além disso, as soleás, os pólos e a caña também derivaram dessa família.
Se centramo-nos na malagueña (circunscrita geograficamente na província de Málaga), que, como dissemos anteriormente, trata-se de uma variedade do fandango, percebemos que desde 1874 essa familiaridade era reconhecida. Usando as palavras de Eduardo Ocón em seus “Cantos Españoles”comprovamos essa afirmação: “Sob a denominação de Fandango compreende-se a malagueña, a rondeña, as granaínas e as murcianas que só se diferenciam entre si pelo tom e por algumas variações de acordes”.
São estes, todo o grupo mencionado acima, alguns dos primeiros cantes flamencos elencados nas catalogações mais antigas que se tem notícia (como a de Estébanez Calderón ou Gevaert) já descritos com seus nomes e estruturas musicais básicas fixadas (segundo nos mostram as transcrições musicais de outrora).
fonte: http://flamencobrasil.com.br
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